sábado, 28 de janeiro de 2012

licença poética gravídica


Imaginou: "Se eu pudesse salvar Júlia dobrando a minha dor, seria capaz? Sim, seria."
...
"O cotovelo! caíra de joelhos, quase paralisado, protegendo com a mão o cotovelo atingido. Tudo explodira numa luz amarela. Inconcebível, inconcebível que um só golpe produzisse tamanha dor! O amarelo se foi e ele pôde enxergar os dois a contemplá-lo. O guarda ria-se das suas contorções. Ao menos uma dúvida fora esclarecida. Nunca, por nenhuma razão, se poderia desejar que a dor aumentasse. Da dor, só se podia desejar uma coisa, que parasse. Nada no mundo era tão horrível como a dor física. Em face da dor não há heróis, não há heróis, ele pensou e tornou a pensar, torcendo-se no chão, segurando à toa o braço esquerdo invalidado."


Essa passagem de "1984" eu uso, dramaticamente talvez, para ilustrar meus episódios de enxaqueca no início da gravidez. ;)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Está aberta a temporada de pieguice. Com muito orgulho.


Essa coisa toda de ser pai te abre muitas possibilidades. A primeira delas é a total liberdade para ser brega, piegas e bobalhão. O bebê em primeiro lugar, e como no momento ele está ali dentro de minha digníssima senhora, é ela em primeiro lugar.

Estou fazendo estágio para ser pai full-time e levar minha profissão como um hobby. É assim, dizem, que funciona. Noite completa de sono é item de luxo. Mas estou preparado.

Logo andarei por aí cheio de olheiras, todo babado, encontrando brinquedos na maleta ou garranchos em documentos importantes (que na verdade são cartas de amor incondicional escritos na linguagem dos bebês).

Pra começar, coloquei nosso portarretrato na mesa. Agora eu posso sem medo de ser feliz.
:)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

carta futura ao bebê (ou carta ao futuro bebê)

Se este blog de fato é, como planejado, algum tipo de carta futura para o bebê, você, filho, pode estranhar o que a mamãe vai dizer a seguir.

A verdade é que eu trabalho e me sustento há um tempo, casei com seu pai há um ano, pagamos aluguel e contas e cuidamos, responsavelmente, de um cachorro e duas gatinhas. Agora, estou grávida, o que provavelmente é o xeque-mate da vida adulta. Na contramão de tudo isso, eu mantenho 80% dos meus hábitos cotidianos, prazeres e traços de personalidade do auge dos 14 anos - ou ao menos é o que eu acho.

Me comprometo (prazerosamente) a tentar guiar a sua vida de maneira exemplar, mesmo estando um pouco incerta quanto à grande questão: Será que eu já cresci? Ou ainda cresço mais?


Aliás, antes que eu me esqueça, aí vai um conselho da mamãe. Queria te dizer que todos os adultos sempre tentaram me convencer a aproveitar os incríveis anos de escola, afinal, segundo os mesmos, a vida no trabalho era duríssima e feita de nostalgia dos anos que se passaram. Mamãe aqui sempre odiou a escola com todas as forças, aprendi o que não queria e não socializei satisfatoriamente.
Por outra via, sempre tive empregos incríveis, lidando com gente legal, na área que escolhi e recebendo dinheiro por isso.
Se você odiar a escola, está tudo bem. Prometo que a vida pode ser boa depois disso. Mas o conselho não era esse e sim: os adultos dificilmente têm razão. ;)

domingo, 15 de janeiro de 2012

coisas de grávida

Eu ando chamando meu bebê de 'peixinho', pela simples razão dele viver dentro da água, nadando de um lado para o outro. Também porque minha criaturinha tem uma cauda que só vai perder lá pela nona semana e, de acordo com os meus cálculos, devo ainda estar terminando a quarta!

Fora isso, troquei meu perfume por uma frasco de lavanda johnson's baby, aquele verdinho, para entrar no clima mamãe em tempo integral... tudo bem suave, até olfativamente!
Aliás, o bebê na barriga me deu a desculpa que faltava para falar sozinha sem culpa. É uma delícia fazer meu peixinho de confidente e andar na rua pensando alto e explicando o mundo daqui de fora para ele/ela. Isso quando não estamos ouvindo música juntos, o que é assunto para outro post. ;)

sobre o quartinho

A ideia inicial é que o quartinho do bebê, independentemente do sexo, seja colorido, cheio de monstrinhos ou dinossauros, tema que tanto eu quanto o papai amamos. No caso de uma menina, o plano é evitar um quarto de princesa branco e cor-de-rosa - nada contra, são lindos - mas achamos que cores e formas variadas podem despertar mais a imaginação e curiosidade do porquinho.

Como ainda faltam muitos meses para mudarmos de ideia e ainda nem sabemos o sexo da nossa criaturinha, até agora tudo são especulações, mas confesso que a temática feminina e delicada ganhou pontos comigo depois de conhecer o blog da Genevieve Goudbout. Ela é uma inglesa que faz ilustrações com aura de contos de fadas antigos. Acho que o quarto do bebê ficaria uma doçura cheio de quadrinhos com moldura branca e alguns desses desenhos nas paredes!